Mostrando postagens com marcador Censura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Censura. Mostrar todas as postagens

11 de ago. de 2008

Pen drive criado por hackers alemães ajuda a combater censura




Hackers alemães criaram o Freedom Stick , um pen drive com um software que redireciona o tráfego na internet por diversos computadores em todo o mundo , evitando que o usuário da internet seja identificado pelo governo chinês.

O Freedom Stick é vendido por 20 euros, cerca de R$ 50,00, pelo Chaos Computer Club, da Alemanha. No pen drive, há TOR (The Onion Router), um programa de redirecionamento de tráfego de dados na rede que já vem configurado para o acesso à internet na China.

O programa utiliza sistemas de rede privada (VPN) para "enganar" a censura chinesa. O mesmo programa é usado em outros países que restringem o uso da internet, como os Emirados Árabes Unidos.

Fonte: FHAZ

China contrata internautas para defender o governo na Web

Conhecida por sua ciberpolícia, a China também recorre maciçamente aos serviços de internautas profissionais que defendem o ponto de vista do governo e do partido nos fóruns de discussão. Na rede, esses "comentaristas" um tanto especiais, meio guardas vermelhos e meio mercenários, são chamados de "wu mao dang", ou "bando dos 5 centavos" - porque originalmente eles receberiam 5 centavos por comentário.

Tudo começa em 2004. Uma recomendação do Ministério da Educação e da Liga da Juventude Comunista aconselha a "reforçar a educação ideológica dos estudantes" e "controlar melhor a utilização da Internet nos campus". Na época os serviços de BBS (Bulletin Board Service) das universidades eram o local de debates intensos sobre todos os assuntos. Alguns desses fóruns são conhecidos em todo o país, como o ytht.net da Universidade de Pequim, onde sopra um vento cada vez mais crítico. Os estudantes se conectam de manhã até de noite, assim como pessoas externas ao campus, a ponto de às vezes haver centenas de milhares de inscritos, enquanto os campus não têm mais que 10 mil a 20 mil estudantes.

Mas o que parece uma Tiananmen virtual em gestação causa preocupação, sobretudo quando um artigo publicado em um site influente, qianlong.com, faz muito barulho: americanos e japoneses empregariam "espiões da net" ("wangte", um termo que se torna onipresente) para manipular os BBS chineses. É verdade que a Internet é uma libertação para os chineses anestesiados por uma imprensa estreitamente vigiada: os rumores mais loucos circulam lá. Desde setembro de 2004, o ytht está fechado. Através do país os fóruns mais visitados nas universidades foram suspensos um a um para "manutenção" durante 2005. Os estudantes se queixam em vão. Rapidamente, novas regras proibiram o acesso aos fóruns de pessoas que não seguem cursos e obrigam os participantes a se registrar com seus verdadeiros nomes junto à administração. As equipes de censores foram reforçadas.

Foi durante esse expurgo que nasceu o projeto de lançar batalhões de "comentaristas da Internet" ("wangluo pinglun yuan" em chinês). Sua missão é influenciar as discussões "no bom sentido ideológico". Assim, o Instituto de Ciências e Tecnologias de Henan decidiu em 2004 "recrutar equipes de comentaristas dos sites da Internet das universidades para intervir no BBS do campus e em alguns sites fora do campus". É preciso "intervir nas discussões e orientar os comentários sobre os temas que mais preocupam os professores e estudantes", explica um documento encontrado online no site do instituto, na seção "propaganda"... "Diante dos acontecimentos repentinos, é preciso orientar a tempo as opiniões, defender as interpretações corretas e manter uma voz positiva... a fim de garantir ao máximo a estabilidade das universidades." Não poderia ser mais claro.

Encontram-se na Internet chinesa dezenas de circulares oficiais desse tipo, redigidas na linguagem típica da burocracia, cheias de expressões marciais e de exortações para manter a linha do partido: elas não são secretas e revelam a sinistra crônica de uma contra-ofensiva em regra, diante do desafio representado para o partido dos novos espaços de liberdade de expressão abertos pela Internet. Uma universidade de Hunan explica que cada "comentarista da Internet" deve, além de comentários regulares - "no mínimo 20 por mês" -, "produzir pelo menos um artigo de propaganda positiva por mês" nos fóruns de discussão, "ressaltando os grandes progressos realizados para tornarem-se universidades de renome mundial, abertas e polivalentes".

Os primeiros comentaristas da Internet são estudantes. Em 2006, um despacho da agência Xinhua descreveu assim a dedicação de uma estudante da universidade de Jiangnan em Wuxi, envolvida de maneira voluntária a favor da educação patriótica de seus camaradas nos BBS - ao lado, segundo se lê, de "outros mil honkers", abreviação de "hacker vermelho", quer dizer, internauta patriótico.

Depois que as universidades contrataram equipes de estudantes zelosos, com freqüência membros da Juventude Comunista, a fórmula foi reproduzida em todas as escalas das administrações provinciais. Na escala nacional, recorrer a isto tornou-se uma obrigação ardente: em um discurso pronunciado em 2007, o presidente Hu Jintao pediu aos quadros do partido "que exerçam sua supremacia sobre a opinião pública na rede, para elevar o nível e o estudo da orientação online e explorar as novas tecnologias para disseminar uma propaganda positiva".

Desde então as diretrizes nacionais incitam a selecionar "camaradas de bom perfil ideológico... dotados de grandes capacidades e de uma grande familiaridade com a Web... para formar equipes de comentaristas de Internet". Espalha-se o rumor de que eles recebem 5 mao por comentário - na realidade muitos são funcionários públicos assalariados e recebem um bônus por artigo e por comentário.

Segundo David Bandurski, do Centro de Estudos de Jornalismo e da Mídia da Universidade de Hong Kong, essa propaganda política da era da Web ocuparia cerca de 280 mil pessoas - para mais de 250 milhões de internautas chineses. Em um dossiê sobre o assunto redigido no último número da "Far Eastern Economic Review", esse especialista estima que "existe uma convicção muito forte entre os dirigentes chineses de que a China deve se defender das forças exteriores hostis e que a Internet chinesa é um campo de batalha crítico".

Hoje haveria "wu mao dang" até nos grandes portais da rede, que lhes pagariam eles mesmos. Seus serviços se banalizaram: em um relato publicado no site Youth Week-end sobre as medidas tomadas pelas autoridades de Wengan para "canalizar" a imprensa e a opinião pública depois de rebeliões que ocorreram em junho, um repórter chinês descobriu que uma dúzia de professores e funcionários públicos foram selecionados pelas autoridades para desmentir os rumores na Internet através de comentários anônimos.

Os internautas chineses, no entanto, são cada vez menos enganados: nos fóruns de discussão o termo "wu mao dang" soa como um insulto diante de um comentário conforme demais com a linha oficial. E depois os transformam em zombaria: "Com a inflação, está na hora de passar para 6 mao!", prega um usuário. "Quando eu li esse termo, primeiro senti uma grande alegria, pois pensei que havia nascido um novo partido ("dang" em chinês). E além disso era um partido sem Mao (outro sentido de "wu mao")", zomba outro internauta, com o pseudônimo de "Lua que se põe na bruma". Uma espécie de "devolver ao remetente".

Fonte: Le Monde

16 de jul. de 2008

IV Congresso Brasileiro de Publicidade - palestra de paulo Roberto Marinho

Paulo Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, realizou palestra no IV Congresso Brasileiro de Publicidade dizendo que muitas das iniciativas atuais restringem a liberdade de expressão, normalmente visando tutelar os indivíduos.

"O cidadão é visto como alguém que precisa de tutela e que não discerne entre o bem e o mal, entre o certo e o errado", afirmou.

Para Marinho, o cidadão tem mais chances de acertar se tiver mais informação para fazer suas escolhas, e a reflexão é resultado da variedade de alternativas existentes.

Em relação às regras restritivas impostas à imprensa frente às eleições e seus candidatos, Marinho questiona: "Seria o eleitor incapaz de julgar por si os candidatos e os veículos que falam deles?".

Ele ainda exibiu vídeo do programa Saturday Night Live que satiriza os então candidatos a candidatos democratas, nos EUA, Hillary Clinton e Barak Obama, dizendo que algo assim seria impossível no Brasil, uma vez que por aqui a Lei Eleitoral 9504 de 30/09/2007 impede o uso de trucagens ou montagens.

"Será que o telespectador não sabe julgar se o veículo está fazendo humor ou campanha?", indagou ele ao reforçar que nos EUA a situação é bem diferente da que os meios de comunicação vivem aqui, frente às eleições.

Veja o vídeo do Saturday Night Live exibido por Marinho, aqui. Ele usou na palestra apenas o último mínuto (o mais engraçado) desse vídeo, quando os dois são questionados sobre nomes como o de um ministro da Nigéria. Quem os questiona no vídeo é um humorista fazendo o papel do jornalista Tim Russert, que morreu recentemente (há um mês), nos EUA e causou grande comoção. Mas isso nada tem a ver com o vídeo, realizado antes da morte de Russert.

Marinho também citou matéria de o Globo, intitulada Fast Food só depois das 21h (*).

Disse ainda que, segundo pesquisas, o índice de desenvolvimento humano em municípios que têm TV local é muito maior do que o de municípios que têm apenas repetidoras.

"Devemos nos orgulhar do que a indústria da comunicação e a publicidade fazem para o Brasil", disse.

"Tutelar a propaganda se parece muito com censurar", completou ao referir-se às restrições sucessivas que a propaganda vem sofrendo. "E censura, não vale a pena ver de novo".

Marinho também falou sobre a Classificação Indicativa, criticando seus moldes atuais ("Como um pequeno gupo, em Brasília, pode decidir o que é ou não adequado ao público?"). Ele disse que está havendo uma 'infantilização' do público em função da postura do Estado brasileiro. Marinho não concorda com o fato da Classificação Indicativa estar ligada a faixas de horários e com o fato de o Ministério da Justiça poder reclassificar qualquer programa na hora que desejar.

Para Marinho, essas atitudes levam à redução da qualidade criativa de nossa teledramaturgia, "que até hoje só trouxe prêmios ao país". "Não existe democracia sem liberdade plena de expressão. Devemos lutar para que as distorções que hoje ocorrem deixem de existir".

Marinho deu como exemplo as novelas das 19 horas, que não podem mais exibir assasinatos por arma branca ou de fogo. "Só nos resta agora o envenenamento", disse, causando risos na platéia.

Comentou também, quando perguntado, sobre o crescimento da Record na audiência: "Nunca achei correto o uso de termos como 'hegemonia' e 'monopólio' empregados em relação à Rede Globo. Em todos esses anos, já fomos atacados por concorrentes diversas vezes". Ele falou sobre crises de audiência que a emissora passou, por exemplo, com a saída de Silvio Santos dos domingos, quando ele se transferiu para seu próprio canal, no início dos anos 80: "Chegamos a apanhar de 47 a 6 (pontos de audiência) e só nos recuperamos com a chegada do Faustão". "A TV Mulher, que era excelente, também perdeu muito para o Bozo. Nossas manhãs só ganaharam mais audiência com a chegada da Xuxa". Ele também lembrou da novela Pantanal, que bateu na Globo em 1990 e reconhceceu que a novela é excelente e que o departamento de pesquisa da Globo não percebeu, na época, a vontade do público de assistir a uma novela como aquela, menos urbana.

Marinho finalizou dizendo: "A concorrência faz com que a gente se mexa. Mas temos (a Globo) os melhores talentos e sabemos fazer TV".

(*) Um trecho da matéria de O Globo:

Depois do cigarro e das bebidas alcoólicas, o governo lançará agora uma ofensiva para tentar regulamentar a propaganda de alimentos que apresentem altos teores de açúcar, sal e gordura. O Ministério da Saúde, comandado pelo ministro José Gomes Temporão, pretende, até o fim do ano, adotar uma série de regras para restringir a veiculação de anúncios desses produtos, como a permissão de exibição de tal propaganda apenas em horário noturno — entre as 21h e as 6h — e a exigência de divulgação de mensagens de alerta sobre os males desses ingredientes como: "O consumo excessivo de gordura aumenta o risco de desenvolver diabetes e doença do coração".

O ministério alega que é um problema de saúde pública e que as crianças são o alvo principal da propaganda desses produtos. Pesquisa financiada pelo Ministério da Saúde mostra que 72% do total de anúncios de alimentos veiculados na TV envolvem produtos com alto teor de gorduras, sal e açúcar. A publicidade mais freqüente é a de comida fast-food (18%), seguida da de guloseimas e sorvetes (17%), de refrigerantes e sucos artificiais (14%), de salgadinhos de pacote (13%) e de biscoitos, doces e bolos (10%)


Fonte: CCSP