O mercado de mobile marketing, ainda tido apenas com uma promessa, começa a dar sinais claros de que deve crescer a níveis expressivos nos próximos meses. Depois de a operadora de celular Claro iniciar em agosto o processo Opt-in, pelo qual consulta seus clientes sobre quais deles aceitam receber publicidade nos seus aparelhos, a Vivo deverá anunciar na segunda-feira (1º) uma parceria com Yahoo! para a implantação de um sistema de busca wireless nos mesmos moldes dos links patrocinados, hoje a principal fonte de receita do Google.
A Oi também está preparando um sistema de busca que deverá ser lançado até o fim do ano. Mas antes, ainda este mês, a empresa vai lançar a sua Mobile TV, em parceria com emissoras de TV e com a criação de um canal exclusivo. O conteúdo da Mobile TV da Oi será criado pela produtora Raccord. As iniciativas coincidem também com a ampliação da cobertura das operadoras de telefonia móvel divulgada na semana passada pela Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações). A licitação promovida pela agência acirra ainda mais a competitividade do setor. Isso porque, com a ampliação, todas as áreas de uso de telefonia móvel terão a presença de pelo menos quatro operadoras móveis concorrendo entre si.
Com isso, a Vivo passa a atingir todo o Nordeste e Minas Gerais. A Oi entra no mercado de São Paulo e a Claro estará presente nos Estados do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, além dos municípios de Londrina e Tamarana, no Paraná. As empresas têm 12 meses para iniciar a operação nas novas áreas de cobertura.
VerbaAlexandre Fernandes, diretor de produtos e serviços da Vivo, disse que grandes anunciantes já sinalizam que a verba de marketing direcionada para ações em mobilidade podem abocanhar até 50% de budget da empresa para a área no médio prazo. "A Vivo tem a maior receita com dados entre todas as operadoras, atingindo 8% da receita total", disse o executivo, para quem esse porcentual pode chegar até 25% a exemplo do que acontece em outros países. Fernandes afirma que a empresa vem realizando testes com mobile marketing há muito tempo para preparar o terreno. Tanto que a operadora possui um extenso banco de dados sobre os índices de aceitação de publicidade dos seus consumidores. Mas a Vivo ainda deve formalizar o início do seu Opt-in. "A Vivo tem o maior portfólio de produtos e serviços disponíveis no mercado e não será diferente em mobile marketing. Só no Vivo Play, que possibilita download de conteúdo, temos uma média de dois milhões de visitantes por mês", estimou. Além disso, complementou Fernandes, ao contrário da concorrência, o modelo de negócios da Vivo não cobra pelo tráfego apenas sobre o conteúdo, o que dá a operadora mais vantagem competitiva. "A grande vantagem do celular é a interatividade, que permite ao celular reunir todas as outras mídias na sua plataforma e é por isso que esse mercado deverá crescer rapidamente", explicou.
LequeSegundo a gerente de conteúdo da Oi, Fiamma Zarife, no ano que vem o mercado de mobile, que ainda está amadurecendo, deve deslanchar. "Será um ano de definição de estratégias, de testar modelos de negócios e de estabelecer parâmetros operacionais condizentes às demandas do mercado", disse a executiva, chamando a atenção para o amplo leque de negócios que esse setor deve abrir para anunciantes e agências de publicidade. A operadora carioca espera iniciar o processo de Opt-in ainda este ano. "Estamos estudando qual a melhor forma de implementar esse processo sem ser intrusivo.
Além disso, queremos também definir Opt-out, que permitirá ao consumidor suspender o envio de mensagens publicitárias a qualquer momento", afirmou Fiamma, para quem a grande preocupação da operadora é não ser intrusiva. Fiamma disse que a atuação da Oi nesse campo é multidisciplinar. Já opera a Oi FM, vai investir em IPTV, além de ter realizado, ainda em forma de piloto, parceria com anunciantes para patrocinar canais específicos. "O celular será a principal plataforma de convergência. As pessoas não saem de casa sem sua carteira, chaves e celular", exemplificou. A executiva conta que a Oi fez duas experiências de sucesso com Movela, novela de celular. A primeira, feita pela produtora KN, chamada de Parafina, foi veiculada em drops de um minuto. A segunda, batizada de Cativeiro, foi produzida pela SK8 e Pró-Sol. "São todas experiências que abrem novas possibilidades de inserção publicitária", disse Fiamma, lembrando que o consumidor, que hoje zapeia entre canais de TV, em breve vai zapear entre plataformas. "O consumo de publicidade não é mais estático", comentou.
Em agosto, a operadora Claro deu um passo importante na utilização do celular como mídia. A companhia anunciou o projeto Mobile Advertising, cuja dinâmica consiste em consultar a base de clientes da operadora e pergunta quais deles aceitam receber publicidade em seu celular e quais tipos de ações são mais de seu interesse. Estima-se que dos 27 milhões de clientes da
empresa, 60% aceitem receber campanhas de publicidade em seu celular.
Para Cristina Duclos, diretora de comunicação da Claro, o celular permite o prolongamento da
experiência do consumidor com a marca. Ela lembra que a Claro usou esse recurso há um ano, quando permitiu o download da música da sua campanha publicitária. "Em 15 dias, foram 400 mil downloads", contou.
CarroA Fiat realizou o lançamento do seu carro Fiat Punto, que é equipado com ferramentas tecnológicas, também na plataforma da Vivo e da Claro. As ferramentas tecnológicas do Punto contribuíram para a criação das ações interativas. Para a direção da Claro, o Mobile Adversiting, desenhado em parceria com a agência Tellvox, abriu novas oportunidades para anunciantes, que podem expor sua marca por meio de SMS, mensagens multimídia, interface wap e downloads de conteúdo.
Fonte: Propmark