7 de out. de 2008
Google, Yahoo e o fim da mídia impressa
Dentre as possíveis reações do Yahoo para retomada e expansão de seus negócios de publicidade online, a que surtiu um grande alvoroço e pavor, por parte de muitos, foi a de uma possível parceria com o Google, compartilhando algumas soluções. Dentre elas, fala-se da utilização de anúncios Google em páginas do Yahoo, o que, com certeza, causaria espanto naqueles mais habituados ao conceito tradicional de concorrência. Mesmo as possíveis acusações de truste estão longe de surtir qualquer impedimento legal, conforme noticiado aqui.
Apesar disso, o Yahoo prossegue com inovações e plataformas diferentes, concepções diferenciadas de mercado. Sendo do tamanho que é, com a importância seminal que tem, é provável que muita água ainda irá correr embaixo desta ponte. Não é uma guerra fácil de ganhar, ninguém irá facilitar as coisas para a outra parte.
Mídia impressa: fim de uma era
Sem dúvida, um título muito exagerado, digno de cartomantes e pais-de-santos dos programas de TV de fim-de-ano. Antes de tentar adivinhar qual famoso artista vai casar, ou qual político vai ganhar a eleição (para não mudar em absolutamente nada a vida das pessoas), neste caso realmente há um temor por parte da União Européia (!) e um grupo de jornais do mundo inteiro, conforme noticiado aqui.
As previsões do fim da mídia impressa, na verdade, não são novidade para ninguém. O que impressiona, aqui, é a clara manifestação de temor de quem tem muito a perder com essa história, com o penoso andamento da carruagem, rumo ao suposto precipício.
O caminho sem volta da internet, da web, da abertura da participação de todos, com milhares de novos repórteres semi-desconhecidos pelo mundo afora, juntamente com a extrema facilidade em se manter informado, a um custo cada vez menor, de maneira confortável, configuram os elementos do pior dos pesadelos das grandes corporações jornalísticas ao redor do mundo.
Quem lê tanta notícia?
Sempre assinei jornais, hábito herdado de meu pai. Quando criança, adorava pegar os cadernos, folheá-los, ler as notícias que me interessavam (gostava, especialmente, dos cadernos culturais e de política). Imaginava, divertido, como seria ótimo trabalhar numa redação, fazer o jornal, escolher todas aquelas fontes, inserir fotos, escrever textos... Sem dúvidas, um universo extremamente empolgante para mim.
O tempo passou, com ele muitas das idéias que tinha da mídia jornalística foram caindo por terra, uma a uma: independência, imparcialidade, palanque público... Vi, num certo momento, que toda aquela estrutura tinha finalidades estabelecidas, que as opiniões e comentários dos leitores (outra seção que sempre lia) eram selecionados de acordo com a conveniência.
Quando tudo parecia perdido, surgiu a web. Com seu poder replicador e multiplicador de notícias, de blogs, de gente independente falando o que pensava e assinando embaixo, sem nenhuma culpa. Visões e mais visões diferenciadas de mundo, de sociedade. Maneiras distintas de se analisar um mesmo acontecimento. A possibilidade da dialética "tese-antítese-síntese" levada às últimas consequencias, como cada síntese criando uma nova antítese ou tese. Algo sequer imaginado pela mídia impressa, por claras limitações físicas e conceituais.
Modelos incompatíveis
A questão toda gira em torno das verbas publicitárias. Com resultados comprovadamente superiores, a internet obtém, a cada dia, mais e mais verbas publicitárias, ganhando, por meio de retornos favoráveis, as verbas outrora direcionadas para as outras mídia, inclusive os jornais.
Vamos aos dados:
a) Próxima de se tornar a maior mídia do mundo: com verbas cada vez maiores e com o crescimento da banda larga em escala global, a internet está próxima de se tornar a maior mídia do mundo.
b) Crescimento de 45% em relação ao primeiro semestre de 2007: a verba tem crescido, comprovadamente, na internet, atraindo um mar de novos negócios e possibilidades, aquecendo o mercado.
c) Propaganda maior que a tv em 2009: de acordo com diversos indicadores e estimativas, 2009 será o ano em que as receitas publicitárias da internet superarão as da TV, na Inglaterra.
O outro lado
A maior preocupação dos jornais é o monopólio de toda a internet pelo Google, caso o Yahoo deixe de ser o concorrente e torne-se um parceiro comercial. De certa forma, o medo procede, já que nenhum monopólio, por mais "pop" que seja, é bom. É necessário manter a saudável competição e concorrência, a fim de manter os contrapontos ativos e efetivos.
Por outro lado, se as estratégias e competências do Google têm sido mais efetivas que as da concorrência, a empresa, em princípio, não pode ser punida por isso. Na verdade, o ataque é a melhor defesa. No território da web, o ataque deve vir em forma de novos e excitantes serviços, em novidades que sacudam o mercado, indo além de onde o Google foi.
Conclusões
Dizem que não há como uma mídia tão antiga e histórica "acabar" ou ser substituída por outra mais moderna, porém eu não teria tanta certeza. Os tempos são outros, as novas vantagens são reais e concretas. Não se trata de uma mudança do tipo rádio para tv, ou revista para livro, mas sim de uma mudança de paradigmas, de interação e de possibilidades novas, amplas, agregadoras.
Portanto, torna-se vital uma reação arquitetada, em cadeia, inteligente e de proporções consideráveis. Os jornais, ao redor do mundo, possuem grandes colunistas, excelentes analistas, mentes brilhantes e que produzem conteúdos que, por décadas, influenciam diretamente os formadores de opinião de diversas nações. Apesar de todo o cenário desfavorável, esperamos que ocorra a migração do bom conteúdo de mídias tradicionais para a internet, já que, como dizem, a mensagem é infinitamente mais importante que o meio.
Fonte: Imasters
1 de out. de 2008
Marketing Summit discute os avanços das mídias digitais
Evento foi promovido pelo IBOPE/NetRatings em parceria com a JumpEducation
As estratégias da comunicação digital, o comportamento do novo consumidor e a maneira como as marcas devem ser trabalhadas atualmente foram alguns dos temas abordados durante o Digital Marketing Summit 2008. O evento aconteceu hoje (30), em São Paulo, e foi promovido pelo IBOPE/NetRatings em parceria com a JumpEducation (centro de educação e capacitação de profissionais em novas mídias e negócios digitais).
Para falar sobre o novo consumidor, o Digital Marketing Summit teve início com palestra de Alexandre Magalhães, gerente de análise de mercado do IBOPE/NetRatings. O executivo abordou a importância da internet para as empresas, ressaltando o impacto da digitalização de conteúdos e a concretização de certas tendências no Brasil. "O consumidor está muito mais interessado em dialogar com as empresas. O cliente que não se sentir parte integrante na construção de uma marca se distanciará", disse Magalhães.
A respeito dos jovens, o executivo ressaltou a grande exposição deste público a uma quantidade muito maior de informção. "Isso permite a diminuição da lealdade e a confiança nas instituições tradicionais", explicou.
Conforme o gerente de análise de mercado do IBOPE/NetRatings, 58,6% dos jovens brasileiros entre 16 e 24 anos já utilizaram a internet, sendo que 46,5% acessam diariamente a rede. "Do total de jovens que utilizam a internet, 82% navegam mais de uma hora por semana. A convergência das mídias é importante na conquista desse público", enfatizou.
Para traçar um panorama do mercado de mobile mundial, Fátima Pissara, gerente de mobile marketing da Nokia, explicou, durante sua palestra no Digital Marketing Summit, que os investimentos em propaganda interativa irão somar Us$ 100 bilhões em 2010. "A audiência está migrando a atenção para cenários interativos que são mensuráveis e confiáveis. O futuro da propaganda interativa é o celular", afirmou Pissara.
Já o diretor de mídia da DM9DDB, Fabio Saad, ministrou palestra sobre o planejamento da mídia no novo contexto digital de participação. Segundo Saad, a nova realidade da propaganda nos meios digitais agrega valores como conversação, diálogo dinâmico e múltipla plataforma. "Neste cenário, os veículos estão em processo de digitalização. Assim como a Rede Globo possui equipe preocupada em pensar o futuro da TV digital, a editora Abril também tem a Abril Digital que possui uma atuação que vai além do "print". Outro exemplo é a ESPN norte-americana que desenvolveu controle remoto que transmite estatísticas sobre os jogos e é até um messenger", complementou Saad.
O executivo também citou o crescimento do e-commerce no Brasil. Segundo Saad, o faturamento do comércio eletrônico no mercado brasileiro em 2007 foi de R$ 6,3 bilhões. "Isso representa aumento de 43% em relação a 2006. Sem dúvida o segmento de varejo online detém o maior bolo de investimento no meio digital e continua aquecido", reforçou.
Para falar sobre branding nos meios digitais, Silvia Quintanilha, vp da Milward Brown Brasil, fez uma análise do funcionamento da mente do consumidor atual e citou os pilares para a sustentabilidade de uma marca. "O consumidor está mais crítico e seletivo, tem a necessidade de se conectar com outras pessoas e busca pela praticidade. A construção de uma marca não se dá apenas por uma comunicação eficaz. Ela é construída pelo total de experiências que oferece. Não basta aparecer. É fundamental que haja interação", explicou Quintanilha.
A respeito de como as novas mídias estão modificando a percepção de sucesso de uma campanha, Jeff Paiva, gerente de social media da Agência Click, explicou o conceito de social media e ressaltou a importância de se fazer uma comunicação integrada. "Social media é o reflexo digital das interações sociais que as pessoas já têm no mundo offline sem as limitações de tempo e espaço. Neste sentido, não basta apenas aplicação de banners, por exemplo. Tem que ter uma integração da comunicação", disse Paiva.
De acordo com o gerente de social media da Agência Click, o Brasil é o país que mais utiliza redes sociais no mundo, em audiência e navegação. "Os usuários dão mais importância à interação na internet que à leitura de e-mails, que já é, inclusive, um hábito considerado antigo. Além disso, o YouTube, por exemplo, já possui audiência superior à TV paga no Brasil", complementou Paiva.