26 de fev. de 2007

Teorias da Comunicação - Novos paradigmas

co.mu.ni.ca.ção: lat. communicatìo,ónis 'ação de comunicar, de partilhar, de dividir‘. susbt. fem. 1. ato ou efeito de comunicar(-se); 2. ação de transmitir uma mensagem e, eventualmente, receber outra mensagem como resposta;

O significado da palavra comunicação poderia muito bem fazer parte da definição de internet. Na realidade o faz, pois hoje a internet está diretamente ligada a ação de comunicar, partilhar e dividir. Inclusive estes são mandamentos no mundo virtual. A todo momento há a transmissão de mensagens e sempre a resposta é o mais importante.
Seja em um site, um correio eletrônico, um game ou meio qualquer disponibilizado na rede. Tudo é comunicação no ambiente eletrônico, sua essência, a interligação entre computadores é a comunicação entre máquinas. Estas por sua vez interligam pessoas, as quais produzem idéias e informações que são partilhadas e usadas por outras. Todo esse conjunto forma o todo conhecido como Rede Mundial de Computadores. Mutante, ágil, interativa, instantânea e interconectada são alguns adjetivos que definem características principais da web

EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO E DE SEUS SUPORTES, OS MEIOS
É lógico que nem sempre a World Wide Web existiu e muito menos da forma que a conhecemos hoje. O tempo e a evolução tecnológica foi quem propiciaram os resultados que usufruímos atualmente e os que teremos num futuro próximo. Na realidade o que fez a internet ser o que é são os usuários, as pessoas interconectadas, o passar do tempo e a tecnologia contribuíram com os usuários.
A internet é um meio vivo, que a cada dia, ou melhor, a cada momento é atualizada e modificada pelos seus usuários, sem prazo para morrer, mas sim para transformar e ser transformada. Ela nunca é a mesma.

Então, sabemos que muito antes do surgimento da rede mundial de computadores tal como é hoje, os estudiosos de comunicação já estudavam as formas de comunicação em massa existentes e os efeitos que elas podem exercer no receptor. O homem sempre preocupa-se em traçar a influência dos meios de comunicação da época em seu público e delinear conceitos a respeito do assunto. O intuito de teorizar o processo da transmissão de mensagens, como foi feito por Marshall Mcluhan, um teórico nascido no início do século XX e que morreu em 1980, analisou os meios de comunicação sob a ótica de que cada meio era uma extensão do homem. Dessa forma, Mcluhan discute o conceito de que o meio é a própria mensagem. Isto é, o meio não pode ser considerado apenas um canal por onde a mensagem é passada, porque se assim fosse o meio não a influenciaria.Logo, o meio, o canal, a tecnologia em que a comunicação se dá, não apenas constitui a forma comunicativa, mas determina o próprio conteúdo da comunicação. É o meio que apresenta a mensagem ao receptor, assim a mensagem é moldada para a forma pela qual será transmitida, senão torna-se descontextualizada e imprópria. E esta forma que a mensagem adquiriu ao ser transmitida é tão importante quanto ela própria, visando o mínimo de ruído possível.

Mcluhan ainda fazia uma classificação dos meios de comunicação como: meios quentes e meios frios. Ele classifica meio quente como o qual prolonga apenas um de nossos sentidos e em 'alta definição', não deixando muita coisa a ser preenchida ou completada pelo receptor. Neste há uma saturação de dados, como por exemplo: o rádio, a imprensa, o cinema, a fotografia e o alfabeto fonético. Meios frios proporcionam envolvimento em profundidade e expressão integral, é uma forma que inclui pois transmitem pouca informação, exemplificado pela televisão, o telefone, a fala e os caracteres hieroglíficos ou ideogrâmicos.
Sendo assim, podemos afirmar que meios quentes não exigem muito da participação do espectador, como o rádio. Pode-se escutar o rádio e fazer outras coisas.

Assim, ele não monopoliza nossa atenção. Já os meios frios monopolizam a participação do espectador, como no caso da TV. Quando se assiste à TV, não se pode fazer praticamente mais nada simultaneamente pois o tempo na comunicação é ditada pelo emissor unidirecionalmente, a televisão não permite que você retorne a um ponto não esclarecido ou retome parte da abordagem em um ponto que seja necessário aprofundar o tema ou esclarecer outro.E é a televisão o meio que mais obteve destaque no século XX, pois teve seu surgimento no ano de 1924 e acabou sendo a forma de transmissão de mensagens que mais revolucionou a história da comunicação de massa nesse século, pois transmitia imagem e som simultaneamente por ondas eletromagnéticas, demandando o máximo de atenção do espectador e podendo atingir um número incontável de telespectadores ao mesmo tempo, desde que possuíssem o aparelho televidor.Posteriormente à cultura de massas, mas simultaneamente também, podemos considerar a existência de uma cultura de mídias.

A CULTURA DAS MÍDIAS, A FASE DE TRANSIÇÃO

A cultura das mídias seria uma fase de transição entre a cultura de massas e a cibercultura. Sempre afirmando que porções de ambas coexistem, porque nenhuma transição é feita de uma hora para outra. Os suportes podem até desaparecer, por se tornarem obsoletos, mas outros que suprem melhor as necessidades de comunicação da sociedade em questão surgem e permanecem até que outro o substitua.
Essa evolução fez com que o “público passivo", que antes esperava e recebia a mensagem apenas por parte do receptor, passa a poder interagir melhor com o meio, conseqüentemente com a mensagem. Nesta fase, pode-se escolher dentre uma gama maior de opções e até mesmo decidir o que se quer ver.

Cada vez mais as mudanças ocorrem de forma rápida, a tecnologia afeta a relação do homem com o tempo. O intervalo temporal que os acontecimentos sucedem foi diminuído. Agora, a sociedade migra da posse ao acesso.

Hoje se busca a informação e, se eu lhe forneço, ambos passam a usufruir da informação, desta forma, caminhamos para uma estrutura que privilegia quem tem o acesso às informações. O computador, que inicialmente foi designado para trabalhar com números, passa a abraçar todo o tipo de mídias: imagens, sons, textos e a mescla entre todos, abrangendo mais possibilidades do que a televisão ou qualquer outro meio de comunicação existente. As informações podem ser interligadas por meio do hyperlink, assim, de um site podemos passar a outro, outro e assim por diante.
Os meios de comunicação, sejam eles quais forem, tratam de difundir os produtos culturais, porque além de divulgadores de cultura - jornal, revista, rádio, televisão - são seus produtores.

Na revolução digital, todas as mídias podem ser traduzidas, manipuladas, armazenadas, reproduzidas e distribuídas digitalmente o que acarreta o fenômeno conhecido por convergência das mídias.

Como antecessor da cultura digital, o cenário veio sendo preparado inconscientemente com a explosão da cultura de massa até os anos 80 e posteriormente com as grandes mudanças que a cultura midiática veio trazendo. Para que a cultura digital possa surgir, o receptor teve que se preparar e formar a sua vontade em buscar informação e em interagir com a mídia.

As poderosas tecnologias comunicacionais de hoje é que dão suporte para que a revolução digital pudesse acontecer. O mais importante nessa era digital é que qualquer tipo de material (foto, som, vídeo, textos etc) pode ser armazenado na mesma linguagem do computador e assim difundidos por meio da telecomunicação para qualquer parte do mundo dentro da rede de informação estabelecida. Segundo Pierre Lévy, um estudioso da formação do mundo virtual, o ser humano converge para um novo meio de comunicação, pensamento e trabalho.

ORIGENS DA INTERNET EM 2 PARÁGRAFOS
Para que as redes de computadores começassem a existir, a invenção do modem (modulador-demodulador) foi o ponto inicial que ligou o computador à linha telefônica e por meio dela possibilitou a transmissão de dados no formato de bits para o padrão de comunicação por telefone. O modem que está no micro no outro extremo, interconectados, faz a reconstrução dos dados novamente para o formato original de bits. Dessa maneira inventou-se um modo de transmitir dados de um computador para o outro sem que eles estivessem diretamente ligados por um sistema central e que pudessem estar localizados em pontos geográficos diferentes. O modem transformou a significação do computador, colocando-o em redes interligadas e independentes de um equipamento central.

Essa possibilidade de interligação de um computador com outro foi o que deu suporte ao surgimento da internet a partir da evolução de uma rede militar e outra científica que passaram a se interligar entre si. Para que os microcomputadores interajam entre si é preciso que o usuário se relacione com ícones que representam uma função no mundo virtual. Esse conjunto de ícones que possibilitam a interação é chamado de interface. A tela do computador, teclado, mouse ou outros componentes físicos que constituem a relação do usuário com o ciberespaço também pode e é chamado ciberespaço.

O CIBERESPAÇO E A CIBERCULTURA
O ciberespaço é habitado quando sentimos que estamos nos movendo por meio da interface em um mundo relativamente independente com suas próprias dimensões e regras, porque quanto mais nos habituamos a uma interface, mais estamos vivendo no ciberespaço.

Assim, o ciberespaço está inserido na cibercultura. Esta por sua vez é baseada na invenção do microchip a partir de 1971. Hoje, quase tudo que se possa imaginar possui um microchip, o qual contém instruções que comandam seu funcionamento.
Com a convergência da televisão e do computador, surge a TV interativa que possibilitará a escolha de programas, além das que temos hoje que é a troca de canais. Dentro de nossas opções poderemos escolher ângulos diferentes, a quantidade de violência que quisermos, inclusive o horário em que queremos assistir determinado programa. Assim, podemos prever que com a convergência da TV, informática e telecomunicação, o fim da era midiática é breve se já não está em processo. Com o passar do tempo, a evolução vai acabar por suplantar o que até então está estabelecido e a era digital poderá ser uma unanimidade.

Como dito, além da informação e a comunicação, passam por processo de virtualização os corpos, o funcionamento econômico, os quadros coletivos da sensibilidade ou o exercício da inteligência. Esse movimento de virtualização vai muito além do processo de informatização, atingindo diversos campos da nossa vida cotidiana direta ou indiretamente.

A comparação entre o real e o virtual se dá da seguinte forma: o primeiro seria da ordem do "tenho", enquanto o segundo da ordem do "terás”. Isto é, o virtual é da ordem da ilusão. Essa virtualização deve ser entendida como dinâmica, como uma mutação de identidade.

Cada sistema de registro existente e criado em nosso mundo modifica e acrescenta em nossa maneira de interagir com o espaço-tempo. Essa criação do espaço virtual faz de nós nômades de uma rede digital que ora você está em um sistema e ora está em outro numa fração de segundo. O aumento da comunicação e a revolução na generalização do transporte rápido participam do processo de virtualização da sociedade. Com isso transforma-se o espaço, encurta-o e se ganha no tempo em que levamos para percorrer determinado caminho.

Com a virtualização não se tem mais o limite bem definido entre o público e o privado, isso entra em questão. A virtualização dos corpos pode ser entendida pela observação dos aparelhos médicos que têm a capacidade de visualizar o interior do corpo humano, por exemplo, trazendo-o para uma tela de computador ou outro suporte. Esse processo é possível sem a interferência no corpo propriamente dita, não há dano ou lesão no corpo em questão. Assim,esses aparelhos acabam sendo uma extensão do próprio corpo de certa forma. Quando se trata da virtualização do corpo, os limites não são claros ou não existem. Os aparelhos podem ser considerados extensões do seu corpo tratando-se assim de uma virtualização do mesmo, o aparelho acaba interagindo de maneira que não há como delimitar claramente onde termina o corpo e inicia o aparelho. A virtualização do texto parte do princípio que ele pode ser considerado uma extensão de sua memória, baseado em outro suporte. O computador pode ser entendida como máquina de leitura e criação do hiperlink. Pelo computador, a memória ou outros tipos de experiências podem ser transmitidas e armazenadas, o computador é o suporte neste caso. O texto baseado num suporte digital pode oferecer distintas experiências, relativamente novas, por meio do hipertexto: desloca-se de um texto para outro que estão unidos por imagem, figura ou elemento em comum que direciona para outro local. Ou do texto podemos partir para imagens, sons ou vídeos.
A internet é um grande hipertexto construído ao longo do tempo por muitas pessoas diferentes e simultaneamente. É atualizada a todo momento e está em constante mutação.

Comunicação e transporte fazem parte de um mesmo processo de virtualização. Hoje, a informação e o conhecimento são a principal fonte de produção de riqueza. Ambos não podem ser considerados bem materiais, nem mesmo imateriais, apesar de muitas vezes estarem presos a suportes materiais. Eles são desterritorializados e seu consumo não é destrutivo. Os antes estabelecidos produtores de conteúdo (professor, editor, jornalista e produtores de televisão) passam a ter concorrentes agora, pois na internet, por exemplo, qualquer pessoa integrada à rede pode fazer o papel de produtor de conteúdo. A exploração econômica dos conteúdos em questão estão cada vez menos adequados ao modelo atual de fluidez de informação.
Neste cenário é que vou analisar a importância da internet e seus recursos para uma empresa ou instituição que pretende ter parte de sua estrutura física funcionando no mundo virtual, hoje mesmo já podemos considerar o processo de transformação de um modo de ser num outro.
Um exemplo para explicar o virtual é o fato de muitas empresas estarem mandando seus empregados trabalharem em casa e não no escritório. A empresa não deixa de existir, apenas suas coordenadas espaço-temporais da coletividade do trabalho é redistribuída. Outro exemplo é o próprio livro, que pode ser encontrado na web em qualquer língua, mas sem que você precise, necessariamente, pegar no papel impresso. Além de possibilitar que várias pessoas, em lugares diferentes, poderem ter acesso a ele e ao mesmo tempo.
É nesse contexto que o consumidor está sendo modificado e transformado num elemento ativo do processo de comunicação é eu este trabalho é baseado. As pessoas podem buscar informações e ter acesso a elas de forma muito mais cômoda, sentados em seu computador pessoal e dentro de casa. Ou durante o horário de trabalho, no computador do escritório. Ou em uma Lan House, nos momentos que está checando seu e-mail ou buscando entretenimento ao mesmo tempo. Também em salas públicas de computadores, onde os alunos aprendem e se inserem no ciberespaço.
Estas são algumas maneiras já instituídas e comuns de estar interligado na rede. Formas nem tão populares, mas que já são conhecidas e usadas por uma parcela considerável da população no Brasil, são o futuro do acesso a rede. Hoje estão em voga os meios portáteis de acesso a web, via computadores portáteis e celulares que possuam tal recurso. A interface é um pouco diferente da tradicional conhecida, principalmente pelo tamanho. Mas novidades surgem a cada momento e fazem com que cada dia mais a internet seja popular, mesmo em nosso país que possui uma série de problemas financeiros, educacionais e estruturais. A internet modifica a sociedade que ela penetra, seja por qual interface ela chegue.

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