21 de mar. de 2007

Google ingressa no in-game advertising

Com a compra da Adscape Media, grupo aposta no crescimento do mercado de jogos digitais & online e na integração desta mídia em seu modelo de marketing de performance

Seguindo sua escalada para se tornar uma gigante da mídia na Era da Informação, indo além das vendas de espaço da TV, rádio e mídia impressa, o Google confirmou (como noticiado nesta segunda-feira, 19, no M&M Online - leia aqui) a compra da companhia californiana de in-game advertising Adscape Media. Valores e percentuais de participação não foram revelados, mas especulações apontam para um aporte de ativos e de dinheiro da ordem de US$ 20 a US$ 25 milhões.

"Oferecer mais opções de publicidade e exposição de marcas faz parte da grande estratégia do Google", disse o diretor da consultoria da Sterling Market Intelligence, Greg Sterling, ao comentar o caso para o portal ClickZ. Nos últimos anos, a Adscape Media se especializou em adquirir e desenvolver patentes para propaganda em games - um dos mercados de maior expansão no mundo do entretenimento e que, segundo alguns levantamentos, já movimenta como um todo nos Estados Unidos um montante anual maior que a indústria cinematográfica.

Os serviços da empresa vendida ao Google permitem que marcas sejam inseridas nas interfaces e gráficos das disputas digitais e também online, bem como em momentos cruciais dos jogos e mesmo em um "pós-venda" dos games, quando os jogadores recebem rankings e resultados via telefone celular. Será fácil relacionar a exposição das marcas aos cliques que recebem dos internautas, algo diretamente ligado à idéia do marketing de performance (Adsense) que caracteriza boa parte do negócio publicitário do Google. Segundo analistas, o conglomerado já procurava uma empresa parceira na área há mais de um ano, especialmente após a Microsoft comprar a Massive (também de in-game advertising) no ano passado.

O modelo de venda de mídia cruzada do Google, que certamente absorverá a comunicação via games, já gera especulações sobre aumento de demanda e novos patamares de preço. Mas a grande dúvida é se a plataforma poderá ser um processo de integração de marcas e branding auto-sustentável, além de um fenômeno já consolidado de entretenimento. Há um problema de ganhos de escala em diversos produtos, que contam com jogadores devotos mas que não são, necessariamente, milhões e milhões de pessoas.

Procurar o site da Adscape Media na internet leva o internauta a uma página especial, já montada pelo Google, com perguntas e respostas sobre o negócio. A companhia não se pronunciou "fisicamente" sobre a compra. Diz o link que "In-game advertising é uma área onde acreditamos que o Google pode adicionar muito valor aos usuários e anunciantes (...) e estamos conversando com companhias de todos os tamanhos" - a Adscape pertence ao grupo das pequenas.

Diz também o comunicado: "Há tempos que games não são coisa de adolescente. Propaganda em jogos virtuais é uma maneira encontrada pelas marcas para se comunicar especialmente com homens entre 18 e 34 anos, que não consomem outras mídias regularmente e que costumam aproveitar o tempo livre para jogar com os amigos e pessoas de todo o mundo, online".

Uma pesquisa da Massive aponta que o mercado de in-game advertising pode chegar a US$ 1,8 bilhão até 2010. Projeções mais modestas, neste caso do Yankee Group, apontam para até US$ 730 milhões. Ainda que os heavy gamers sejam céticos a respeito da ação intrusiva de marcas no ambiente dos jogos (o que abre caminho para a expansão de programas customizados a partir do universo de uma marca para muito em breve), um outro indicativo aponta a atratividade deste mercado: o Instituto Nielsen está oferecendo o GamePlay Metrics, serviço de audiência de games online.

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