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A visão do empresário de Andy Warhol não foi única durante toda a curta história de Basquiat. Desde o início, a polêmica foi sua parceira de genialidade. Não só na pintura - também no estilo de vida, errante e boêmio. Jean-Michel se divertia pichando muros com seu nome artístico (levou até uma surra por causa desta brincadeira), vivia drogado e desprezando todos a sua volta depois do sucesso. Dormia com prostitutas e odiava papos de artistas plásticos. Mas nada se compara com os sentimentos adversos que sua obra provocava. Uns críticos o apontavam como o revolucionário estético, cujas obras beiravam o fantástico e caíam na realidade. Outros traduziam Basquiat como um mendigo sortudo, que teve ajuda da pessoa certa.
Quem quiser tomar partido antes da obra do pintor começar a ser exposta no MAMAM pode tentar conhecer um pouco mais da vida de Jean-Michel Basquiat indo até a locadora mais próxima. O filme Basquiat foi lançado nos Estados Unidos em agosto de 1996 e recebeu versões mais extensas na Espanha e Suécia. Chegou ao Brasil, um ano depois, apenas nas sessões de arte e em vídeo. Dirigido pelo estreante Julian Schnabel - artista plástico contemporâneo e amigo de Basquiat, que também escreveu o roteiro -, a cine-biografia tem como protagonista o excelente Jeffrey Wright (escalado para o novo filme de Woody Allen) no papel do pintor e a belíssima Clair Forlani vivendo o papel de Gina Cardinale, namorada e fã do artista. Nas participaçõesespeciais ainda encontramos um desbocado Warhol na interpretação de David Bowie e a cantora Courtney Love (viúva de Kurt Cobain, líder do Nirvana) como a prostituta Big Pink.
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Apesar das controvérsias em cima do nome, o filme sobre sua vida não quis entrar a fundo nas questões mais complicadas. Contudo, a produção tenta mostrar o período de vida mais conturbado do pintor, retratando com romantismo a sua miséria e viajando artisticamente nos picos de heroína tão comuns no fim da carreira. Apesar de simplório, Basquiat é um bom e rápido começo para quem ainda não conhece os trabalhos de um importante representante da cultura pop do século XX. Só não vale ficar indiferente.
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