Geração Paz e Amor, geração Coca-Cola, geração Xuxa, geração Saúde… nas últimas décadas foram muitas as denominações usadas para rotular um grupo de jovens que possuíam novos hábitos sociais, novas formas de consumo, novos meios de comunicar, novas gírias a falar. Essas gerações sempre despertaram a atenção do restante da sociedade, por seus novos hábitos, pelo choque cultural que suas novidades causavam.
Os jovens sempre foram mais propícios a acolher as novidades, se adaptando e buscando as novidades. Desde a invenção do rock’n’roll, passando pela cultura hippie, chegando hoje nos computadores e internet. Sempre foram os jovens que absorveram essas novidades e as disseminaram para o restante da sociedade.
Pois a tecnologia e a internet criaram um novo rótulo para os jovens dos dias de hoje, a geração M. Esse novo rótulo surgiu de um estudo da Kaiser Family Foundation em 2005, chamado, “Generation M”. Essa pesquisa foi financiada pela Kaiser Family Fundation e dirigida pela Stanford University. Foram aplicados 2032 questionários com estudantes nos Estados Unidos entre 8 e 18 anos, e também 694 diários de uso de mídia que duraram sete dias, com o objetivo de avaliar o consumo de mídia dos adolescentes em casa.
O estudo mostrou que a casa de um típico jovem americano se transformou em um verdadeiro QG de mídia. Em média um adolescente americano possui duas televisões, três rádios, três playes de videocassete ou DVD, dois videogames e um computador. Cinquenta por cento dos jovens americanos possuem TV a cabo em casa e 30% acesso a banda larga.
A pesquisa mostrou que os jovens têm o seu dia-a-dia saturado por mídia. Eles gastam quase seis horas e meia usando mídia, sendo que durante esse tempo estão expostos a mais de oito horas e meia de mensagens midiáticas. Isso se deve ao fato de que, em 26% do tempo, os jovens duas ou mais mídias simultaneamente.
A pesquisa aponta que as novas tecnologias, principalmente a web, mudaram a forma de consumir mídia dessa nova geração. Anteriormente, o consumo de mídia ocorria de forma separada: em um momento se assistia televisão, em outro lia-se revistas, depois ouvia-se o rádio. Agora o adolescente enquanto assiste a televisão navega pela internet em busca de mais informação, compartilha suas opiniões com amigos através de ferramentas como o Messenger ou o Orkut. A geração M é uma geração multimeios, ou seja, utiliza vários meios ao mesmo tempo, e não só para se informar como também para se socializar.
Essa também já é a realidade do jovem brasileiro. Em minha dissertação de mestrado, na qual pesquisei o consumo de novas mídias dos adolescentes, ficou constatado que jovens brasileiros já fazem parte da geração M e o consumo multimeios já é uma realidade para os jovens que possuem acesso à internet. E, com a facilidade de acesso, a tendência é a incorporação de novos jovens à geração M.
Essa é a opinião de algumas empresas de comunicação que têm como foco as crianças e os adolescentes. No Proxxima, um dos principais eventos de Comunicação Digital do país, ouvi uma ótima definição para a geração M vinda de Rafael Davini, da Turner Internacional, programadora que entre outros canais distribui o infantil Cartoon Network: “Multiconectados, multi-informados, multiligados e multi-impactados. Resumidamente, eles levam uma vida multitarefa”.
Há três anos as crianças utilizavam a internet para fazer pesquisas escolares e para participar de chats. Atualmente, além dessas funções, a usam para jogar, entreter, se sociabilizar e namorar, ao mesmo tempo que consomem outros meios de comunicação. A adaptação dos meios de comunicação para essa nova tendência já é uma realidade. Os meios de comunicação irão se complementar, formando comunidades de interesse comum, com conteúdo em várias plataformas, seja ela a TV, o impresso, a internet ou o celular.
Olhando para trás, podemos ver que a grande maioria das novidades abraçadas pelos jovens permanecem em nossa sociedade e se espalharam por pessoas de todas as idades. O rock, a cultura do paz e amor, a Coca-Cola… todos esse símbolos continuam presentes no dia-a-dia das pessoas. É comum observar “jovens” de 60 anos ouvindo rock’n’roll. Mães que cresceram assistindo a Xuxa compram DVDs da apresentadora para seus filhos. E pelo que parece a internet e a web também vieram para ficar e a frase “Internet é coisa de garoto” também já ficou para trás.
Um comentário:
amanha acabarei de ler... mais os jovens sao fod** uahuahuauhauh
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