Para quem gosta de Comunicações, mas não quer ficar sob os holofotes
A relação candidato-vaga no vestibular de 2007 da Fuvest para o curso de Relações Públicas, ou RP, foi de 23,50 candidatos por vaga, enquanto que para Jornalismo foi de 44,75 por vaga. Muitos jornalistas, ao se formarem, acabam sendo "empurrados" para a área de Relações Públicas, mais especificamente Assessoria de Imprensa, pela própria dificuldade do mercado de trabalho de absorver toda a mão-de-obra que se forma a cada ano. Alguns desses profissionais se "encontram" na nova atividade, ainda que não tenham formação específica para exercê-la e que tenham de aprender tudo na prática. Ao levar em consideração tudo isso, quem gosta da área de Comunicação, mas não faz questão dos holofotes, deve pensar seriamente nessa possibilidade: RP pode ser um excelente caminho. Principalmente se você busca um emprego mais estável do que a área de Jornalismo é capaz de oferecer - quem sabe até em uma multinacional - como é o caso de uma das entrevistadas para essa reportagem.
O engano mais comum, conforme aponta o coodenador do curso de Relações Públicas da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), Valdir Cimino, está na simplificação da responsabilidade do RP: "Muita gente ainda confunde RP com promoção de eventos". Mas quem busca a área de eventos, pura e simples, também encontra sua "praia", porém na pós-graduação. "Já estamos com a terceira turma na pós de Planejamento e Organização de Eventos", contabiliza.
A carreira de RP é adequada para quem, como Michelle Medeiros, gerente de Relações Públicas da Intel do Brasil, prefere os bastidores aos holofotes. "Gosto muito mais dos bastidores", diz ela. "É ali onde você pode ter uma ação estratégica de fato, onde você consegue influenciar", define. Michelle é formada em Relações Públicas pela FAAP e foi responsável pela área de comunicação com a imprensa nacional na Claro.
Informação e Interdisciplinaridade
Assim como o jornalista, o RP também trabalha com a informação. Ele precisa estar muito bem informado para que consiga encontrar as melhores estratégias de construir e manter a imagem institucional do seu cliente. E não apenas na imprensa, mas junto a todos os públicos que interagem com a empresa onde ele trabalha. "Leio todos os jornais, todos os dias", explica Michelle. Mas apenas a leitura dos jornais não basta. Como ela trabalha em uma empresa de tecnologia, também precisa estar ligada em conceitos como blogs, web 2.0 e tudo o que existir de mais atual na área.
O professor Valdir Cimino foi convidado a reformular o curso de RP da FAAP há quatro anos. Ele procurou, com a participação de alunos e ex-alunos, rever seu conteúdo e estímular a interdisciplinaridade, aproximando RP de Publicidade e Propaganda. "Queremos criar um modelo para desenvolvimento sustentável de projetos. Nosso curso visa capacitar o aluno para administração global da área", diz.
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