O reputado astrofísico inglês Stephen Hawking, confinado há quarenta anos a uma cadeira de rodas, experimentou quinta-feira a gravidade zero nos arredores da atmosfera terrestre, anunciou a empresa promotora do voo, citada pela Lusa.
«Tudo correu na perfeição, o avião está de regresso com o passageiro», disse à EFE um porta-voz da empresa «Zero Gravity», que se dedica a este tipo de viagens a um custo de 3.500 dólares (2.758 euros) por pessoa.
A nave descolou de Cabo Canaveral (Florida, EUA) e estava especialmente preparada para o efeito, com almofadas de amortecimento destinadas a impedir choques violentos dos passageiros.
Foram também instaladas câmaras de vídeo para filmar os passageiros e, no caso de Hawking, havia uma equipa de assistentes e médicos para o levantaram da sua cadeira quando a gravidade zero fosse atingida, monitorizar a pressão arterial, o ritmo cardíaco e o nível de oxigénio de Hawking durante a viagem e tentar perceber se o cientista estaria ou não a gostar da experiência. Adicionalmente, existia a bordo equipamento de cuidados intensivos para o caso de serem necessários.
Minutos antes da viagem, Hawking declarou estar «muito entusiasmado», uma vez que, «depois de ter estado confinado a uma cadeira de rodas durante quase 40 anos, flutuar livremente no espaço será maravilhoso».
Mas o cientista, responsável por descobertas importantes em relação à origem do Universo e dos buracos negros, vê também um propósito científico na viagem: «Estou esperançado de que se pudermos investir neste mercado de massas, o custo das viagens espaciais baixará e poderemos ter acesso aos recursos do espaço e lançar a Humanidade para lá da Terra», afirmou o astrofísico.
Sobretudo, Hawking crê que, «mais tarde ou mais cedo, um desastre poderá limpar a face da Terra» e que «a sobrevivência a longo prazo da espécie humana requer que nos lancemos no espaço».
Hawking, que assim se tornou o primeiro deficiente motor a participar numa viagem espacial, disse também ter querido provar «que qualquer pessoa pode submeter-se a este tipo de experiência».
Stephen Hawking, 65 anos, sofre de síndrome lateral amniotrópica (também conhecida como doença de Lou Gehring), não conseguindo mexer nem as mãos nem os braços e comunicando apenas através de um computador especificamente preparado para o efeito. A ausência de gravidade, que já levou perto de 2.700 pessoas ao final da atmosfera desde o final de 2004, ofereceu a viagem a Hawking.
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