Há algumas semanas eu assisti a entrevista que o editor da Fortune fez com o James Stengel, chief marketing office da Procter & Gamble. Ele controla um budget publicitário mundial de mais de U$ 6 bilhões e por várias vezes foi apontado como o profissional de marketing mais influente do mercado americano. Apesar de ter sido diante de uma pequena platéia, a entrevista foi descontraida e honesta. E agora pode ser vista parcialmente no site da Fortune - clique aqui. Alguns tópicos são interessantes, incluindo o foco que Stengel tem dado a pesquisas antropológicas ou imersões juntos ao consumidores - ao contrario das antigas pesquisas quantitativas.
Um tema muito discutido durante a entrevista foi o fato de que a P&G tem investido cada vez menos nos comerciais de 30 segundos. De acordo com Stengel, essa é uma tendência que veio para ficar. Até pouco tempo atrás, 85% do investimento era concentrado em TV. Daqui pra frente, o investimento será mais fragmentado, incluindo aumento em online e mobile - lógico que respeitando as caracteristicas de cada mercado. Segundo ele, o conceito de concentrar a conta em apenas uma ou duas agências tambem está ultrapassado. É preciso trabalhar holisticamente, mas com ótimas empresas de design, ótimas empresas interativas, de mídia, de agências publicitárias e de relações públicas. A P&G procura sempre idéias fantásticas, mas tambem agências que tenham culturas diferentes, e assim, possam ser boas parceiras e complementares.
Mais importante que as mudanças no marketing da P&G, a entrevista de Stengel sugere a mudança do profissional de marketing. Está ainda mais importante ser curioso, ser um investigador, fazer perguntas, procurar coisas novas. Muita gente já disse isso antes. Mas quando vem do dono do maior talão de cheques publicitário, é preciso escutar e agir.
Por Claudio Zibenberg
Fonte: Blue Bus
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