Um estudo do Ministério da Saúde concluiu o que todos nós, por experiência, já sabemos. Durante o processo de envelhecimento, adoecemos. Dos idosos brasileiros, 85% apresentam pelo menos uma enfermidade crônica e 15% podem ter até cinco doenças. No dia-a-dia, acidentes como quedas, são comuns.
“A gente que tem hoje em dia uma idade avançada, como eu que estou com 70 anos, está sujeito a qualquer momento você levar um tombo e não ser socorrido”, diz o aposentado João Gonçalves Bastos.
A psicóloga Edina Santana e a enfermeira Daniela Suzuki perceberam essa realidade e resolveram unir suas experiências profissionais. Elas abriram uma empresa que forma e agencia cuidadores de idosos.
“O cuidador é aquele profissional que não tem uma formação de enfermagem. Ele pode ter cursos na área específica para cuidador. Aquele idoso que tem autonomia, mas precisa de um auxílio nas suas atividades diárias”, explica a empresária Edina Santana.
As empresárias investiram R$ 5 mil para montar o negócio. O dinheiro foi para a compra de livros especializados e duas linhas de celular, que não param de tocar.
Deumeci, Terezinha e Socorro trabalham com a empresa desde o início. Os contratos com as cuidadoras são feitos por meio de uma cooperativa de saúde.
Com um ano e meio de vida a empresa já cresceu 50%. O atendimento de 12 horas é o mais solicitado
“Nunca fiquei desempregada, porque sempre que a gente sai de um já tem outro para encaixar”, comenta a cuidadora Socorro Lopes da Silva.
Segundo as empresárias, um cuidado importante é o treinamento e a supervisão constante do serviço prestado pelas cuidadoras.
“Deixou cair o comprimido. O que eu faço? Então é para sempre ligar para mim, indiferente do horário”, ensina Daniela Suzuki.
As empresárias visitam semanalmente os clientes. Para elas, este é um dos diferenciais do negócio. Hoje é a vez da Joana Giraldez. Ela tem 74 anos e sofre do Mal de Alzheimer.
O mercado de segurança e bem-estar para a terceira idade não pára de crescer, mas para aqueles empresários que apostam na tecnologia o investimento tem que ser maior.
Os empresários José Carlos Vasconcelos e Felipe Right investiram em um aparelho parecido com uma secretária eletrônica. O equipamento é instalado na casa do cliente acoplado à linha telefônica. Em caso de emergência, ele é acionado.
Os empresários conheceram este aparelho inovador para a segurança na terceira idade, numa viagem que fizeram à Europa e aos Estados Unidos.
“O software foi todo tropicalizado e feito sob medida, realmente, para nossas condições e para nossa empresa. Você pode atender o cliente de uma forma segura, rápida e sob medida também. Cada cliente tem uma necessidade diferente e o software permite isso”, explica o empresário José Carlos Vasconcelos.
Junto com o aparelho, o cliente recebe um botão de emergência remoto. São dois modelos. Basta acionar para entrar em contato com a central de atendimento da empresa.
A central funciona 24 horas. Na tela do computador, as atendentes têm a ficha completa do cliente e uma lista de pessoas previamente escolhidas como parentes, vizinhos ou médicos. Localizados, eles são avisados sobre a emergência.
“Para cada contato a gente solicita até três telefones. Então geralmente, o primeiro já é um celular, que a gente liga em média de segundos. Não é demorado, o atendimento é bem rápido”, diz a atendente Milena Reshs Araújo.
A empresa tem hoje 800 clientes e oferece três tipos de serviço. Os preços variam de R$ 70 a R$ 110.
“Nós temos clientes hoje, principalmente na classe A/B, entre 60 e 90 anos”, conta o empresário Felipe Right.
Mina Zvebil tem 83 anos e mora sozinha. Foi o genro dela que sugeriu a compra do aparelho.
“É um apoio, é um sossego para eles. Na mesma hora eu aceitei porque eu percebi que é uma tranqüilidade para eles”, lembra Mina Zvebil.
A instalação é feita por uma funcionária da empresa.
A vida de Mina segue tranqüila. Até agora o botão de emergência ainda não foi acionado
“A minha esperança é não precisar usar e sempre andar com ele”, brinca ela.
A revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios, publicada em outubro de 2007, traz uma reportagem especial sobre os negócios para a terceira idade. Para obter mais informações acesse o site http://empresas.globo.com.
Fonte: PEGN
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