26 de out. de 2007

Pipoca com Guaraná

Os americanos tentaram induzir os frequentadores das salas de cinema a comer pipoca com Coca Cola, 1957, numa estratégia coordenada por James Vicary, cujo objetivo era mesmo medir os efeitos da propaganda subliminar. A cena aparecia em 6 flashes quase invísiveis durante a exibição do filme Picnic numa sala de Nova Jersey. O Vicary nada provou e essa sua experiência foi parar apenas nos livros de publicidade; um dia descobriu-se que as suas pesquisas tinham sido manipuladas. Não sei se Nizan Guanaes tinha referências das ações de Vicary quando lançou em 1991 no Brasil a hoje antolôgica campanha Pipoca com Guaraná que também tinha a versão Pizza com Guaraná, mas apenas a primeira obteve um “Recall” extraordinário. Se tinha conhecimento tanto faz, lá não deu certo. A campanha foi uma criação exclusiva de Nizan Guanaes, à frente da DM9, com produção da Film, fotografia do Michel Chevalier, Direção de Flávia Moraes e um jingle produzido pela MCR, este, digamos, o carro-chefe; marcou toda uma geração que ainda hoje lembra do “pipoca na panela, começa a rebentar/ pipoca com sal, que sede que dá/pipoca e guaraná que programa legal…” . Sem dúvida um dos jingles-trilha de maior sucesso em toda a história da propaganda brasileira. A campanha teve resultados imediatos, seu objetivo era quebrar o discurso do guaraná Tai que a Coca Cola tentava emplacar, mas fora o “share” de mercado mantido e ampliado, o fato é que criou o hábito da degustação do produto associado à pipoca. A campanha ganhou inúmeros prêmios na época, a pesar de um modesto destaque (premiação correspondente a finalista) no Anuário do CCSP. A entidade fez justiça mais tarde. Rotulou a seção de comerciais antigos do seu site justamente com o nome Pipoca com Guaraná. Cabe lembrar que muitos anos depois o filme foi apontado como um dos “7 Mais” da propaganda brasileira em pesquisa realizada pela revista About do Rafael Sampaio, junto a 250 formadores de opinião do mercado publicitário. “Recall” em alta a medida que o tempo passa. Assista ao vídeo:

Fonte: Almanaque da Comunicação

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