15 de out. de 2007

Propaganda online

A Internet trouxe para a propaganda e para o marketing uma enorme quantidade de novidades que os especialistas no assunto jamais haviam pensado – a mídia clássica era composta por jornal, rádio, televisão, revistas, folhetos, outdoors etc.

E as mídias digitais se resumiam a CDs multimídia e terminais em modo texto transmitindo dados para o mercado financeiro. Isso era tudo. O aparecimento da Internet colocou diante do marketing e da propaganda, simultaneamente, ferramentas de trabalho muito dinâmicas, podendo levar ao usuário mensagens no formato que o a estratégia da campanha recomendasse.

Essas ferramentas de trabalho foram, em primeiro lugar, a própria Internet como mídia, como meio de divulgação de mensagens comerciais, e os instrumentos desenvolvidos para medir tráfego e comportamento do usuário na rede.

Nas agências de propaganda, as equipes de criação passaram para criar banners e hot sites para produtos e serviços, e a inserir nas peças publicitárias os endereços eletrônicos dos clientes. Claro que a expectativa era de que as peças publicitárias fossem vistas por uma quantidade muito grande de pessoas, e para isso elas naturalmnete estavam sendo exibidas em portais de grande tráfego.

É preciso reconhecer que houve, ao menos nos primeiros anos, um excesso de otimismo tanto por parte dos publicitários e homens de marketing como dos investidores - já discutimos bastante esse assunto. Quando se conversava sobre Internet, surgia então um discurso afirmando que o usuário “estava” online e tinha um comportamento assim e assado e que o banner era atraente, funcional, e que acabaria sendo visto pelo usuário.

Bem, hoje sabemos muita coisa mais. Sabemos que não é fácil desviar a atenção do usuário para a propaganda quando ele está interessado em outro conteúdo – e por isso a taxa de click through dos banners é tão reduzida (ao redor de 0,5% em média) - mas sabemos que os anúncios são vistos. Como conseqüência, é claro que não se consegue cobrar muito por esse tipo de anúncio. E evidentemente, se isso não vale muito dinheiro, as comissões destinadas às agências são pequenas.

O resultado final é que a Internet acabou se tornando um ator secundário e não um grande personagem do marketing e da propaganda. Ao mesmo tempo, é o mais poderoso veículo para levar informação multimídia, pelas características que todos conhecemos.

Mas hoje os profissionais de propaganda sabem como tirar o melhor proveito da Internet, especialmente combinando-a com outras mídias. Nesse caso, aquelas mesmas mídias que mencionei no começo do artigo são associadas a informações complementares disponíveis na Internet e aí, sim, a comunicação com o usuário (neste caso, o consumidor) é poderosa.

Portanto, a discussão sobre funções, utilidades e vantagens da propaganda na Internet ainda vai prosseguir por muito tempo, mas o certo é que ninguém mais pode ignorar que ela existe e não vai mais desaparecer.

Por Aleksandar Mandic

* É do tempo do BBS e um dos precursores da internet brasileira. Após ter sido um dos sócios fundadores do iG, retomou a sua atuação solo inaugurando a MANDIC Internet, com serviços de acesso e o sistema de e-mail, o mandic:mail.

Fonte: IDG Now!

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