Os modelos de negócios aplicados hoje na televisão não podem ser os mesmos da TV 2.0. A afirmação é do diretor de relações externas da Procter & Gamble, Pedro Martins Silva, que participou do painel "A publicidade nas novas plataformas", realizado durante o Congresso TV 2.0, evento promovido pelas revistas Tela Viva e TeleTime nos dias 30 e 31 de outubro em São Paulo. Enquanto o modelo de remuneração das agências, baseado na compra de mídia e na bonificação de volume (conhecido como BV) é questionado por Silva, o diretor de novos negócios da NeogamaBBH, Maurício Mansur, afirmou que a prática do BV já permeia também os canais da Internet. "Os grandes portais já nos oferecem BV", afirma o diretor.
Silva lembra que para investir em uma mídia, é necessário apresentar métricas que comprovem o investimento. "É fundamental que não seja só a boa idéia, já que as empresas precisam prestar contas a seus acionistas", afirma. Também participaram do painel Manoela Pereira, do UOL, e Antony Martins, da TV1.
Players sem rumo
Diante do novo cenário apresentado pelas novas plataformas, o diretor da Procter & Gamble afirma que todos os players estão inquietos e que nenhum deles sabe ao certo o que fazer. No caso dos anunciantes, há ainda um descontentamento com as agências. "Os anunciantes estão inquietos diante das novas opções, conscientes da necessidade de comunicação integrada, e insatisfeitos com os serviços recebidos". Ele acredita que tanto as agências tradicionais quanto as especializadas não estão completamente preparadas para enfrentar os novos desafios e que há espaço hoje no mercado para um player integrador.
"As agências tradicionais estão inseguras quanto à remuneração de seus serviços e hoje não existe uma só agência que cuide de todos os canais de comunicação", diz. "No entanto, as agências especializadas não conseguem a neutralidade desejada em relação aos meios". Silva acredita que modelos como o de patrocínio de conteúdo são opções a serem expandidas nas novas plataformas. "É um modelo que liga o gerador de conteúdo diretamente ao patrocinador, sem necessariamente estar ligado ao distribuidor", diz. "As agências não estão preparadas, os veículos também não e nem mesmo nós, anunciantes", concluiu Silva.
Fonte: Tela Viva - News
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