Neste ano de 2008, a publicidade brasileira completa 200 anos, relembrados a partir da chegada da família real nos portos do Rio de Janeiro. O desembarque trouxe, além de outros fatores, a noção de capitalismo para Brasil e o início da construção de um pólo que se tornaria um dos principais centros publicitários do mundo. Formalmente, a primeira campanha de que se tem relato no país foi publicada no impresso "Gazeta do Rio de Janeiro", em 1808, sob a assinatura "Annuncio" e divulgava a venda de um imóvel.
À época, não havia outras opções para publicação senão a Gazeta. O Correio Brasiliense, considerado oficialmente o primeiro jornal brasileiro, não aceitava propaganda. "Até a Gazeta, a única forma de publicidade que existia no Brasil eram cartazes rudimentares escritos a mão e os pregões dos comerciantes nas ruas", afirma José Roberto Whitaker Penteado, um dos autores do livro Propaganda no Brasil -- Evolução Histórica, em entrevista ao Portal Exame.
Enquanto o modelo de negócios ainda engatinhava no Brasil, o cenário mundial já borbulhava. A Inglaterra, por exemplo, iniciou a publicação de anúncios em jornais em 1650. Cem anos depois, a prática já era utilizada em larga escala entre os ingleses, com mais de 50 campanhas por edição. Nos EUA, o primeiro registro oficial data de 1704, publicado no jornal Boston Newsletter. Com o desenvolvimento do comércio, grandes cidades européias experimentaram logo cedo o fenômeno da sociedade de consumo, termo cunhado por Peter Burke, historiador e autor do livro História Social da Mídia.
O Brasil viria a sentir o potencial deste crescimento econômico e, por conseqüência publicitário, com o fim do tráfico internacional de escravos, em 1850. Quem afirma é o professor de história do Brasil na Universidade de Paris-Sorbonne, Luiz Felipe de Alencastro. Segundo ele, a proibição permitiu que antigos traficantes passassem a se interessar por outro tipo de consumo e valorizar a importação de outros bens. Neste momento histórico, o comércio de escravos tinha grande relevância na publicidade impressa que repercutia características físicas e comportamento de homens e mulheres.
Fatos históricos
O Portal Exame listou ainda fatos memoráveis para o desenvolvimento da publicidade no país. Os mais antigos contemplam o surgimento de marcas como Farinha Láctea Nestlé e Emulsão de Scott, em meados de 1875. Seis anos mais tarde é fundada a primeira agência de propaganda: a Empresa de Publicidade e Comércio. Em 1910, o mercado já conta com novas marca dentre as quais algumas perduram até hoje na mídia brasileira como Antarctica, Singer, Brahma, Gillette e Mappin Stores.
Agências como JWT e McCann-Erickson também foram uma das precursoras. A empresa de J.Walter Thompson inaugurou, em 1929, sua filial em São Paulo para atender à General Motors no Brasil.
Em 1935, a Mccann abre escritório no Rio de Janeiro e dá início ao atendimento da conta de Standard Oil, por meio de sua marca Esso.
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