16 de jul. de 2008

Comissão criativa lança o Manifesto Bossa Nova

O que é ter uma grande idéia nos dias de hoje? À primeira vista, essa pergunta pode parecer simples ou até mesmo vaga. Mas, ao se observar a complexidade das transformações do mercado de comunicação e, especialmente, da economia globalizada, essas questões adquirem uma gravidade impensável anos atrás.

E, por mais incrível que pareça, a bossa nova pode ser a chave para os profissionais brasileiros de comunicação encontrarem a resposta para a questão. Reflexão que passa também pela necessidade de inserir a comunicação brasileira no cenário da economia global, com uma presença marcante nos negócios internacionais.

Pelo menos é o pensa a Comissão A Criatividade Brasileira, que se reuniu ontem durante o IV Congresso Brasileiro de Publicidade, que começou na segunda-feira e termina hoje em São Paulo. Mediado por Nizan Guanaes, sócio do Grupo ABC de Comunicação, o debate contou com palestra do publicitário PJ Pereira, presidente da agência Pereira & O’Dell, e com Flavia Faugeres, vice-presidente da N/Idéias, como relatora.

Os debatedores foram João Daniel Tikhomirof, presidente da Mixer, Pedro Cruz, diretor de planejamento da Africa, Rony Rodrigues, sócio presidente da Box, Maurício Magalhães, presidente da Tudo Eventos, e Adilson Xavier, da Giovanni Draftfcb. A comissão lançou o Manifesto Bossa Nova por uma Criatividade Brasileira Mundial. O documento aprovado apresenta uma série de propostas para que a publicidade nacional consolide um papel de liderança no cenário mundial.

Pela mecânica do evento, os textos aprovados pelas comissões são consolidados ao final das discussões, passando a fazer parte de um documento oficial do congresso.

Entre as propostas aprovadas pela comissão e que constam no Manifesto Bossa Nova estão a luta por fortalecer instituições fortes do mercado de comunicação, como a Associação Brasileira das Agências de Publicidade ( Abap) e Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar).

Outro tópico é o estímulo ao "intercâmbio de talentos", para que profissionais brasileiros estejam em sintonia para as tendências mundiais e o Brasil se beneficie do conhecimento de profissionais estrangeiros. Uma ampla revisão do currículo das instituições de ensino da área de comunicação também está na pauta, assim como a atração de profissionais de outras áreas, como sociologia e antropologia. "Nós vamos ao Festival de Cannes todos os anos beber das inovações.

Mas também devemos aprender a beber de outros bebedouros", afirmou Nizan Guanaes. Rony Rodrigues endossa o coro. "Os europeus e outros, por exemplo, vão a festivais de música de diferentes países, moda, cinema, para ver as tendências de comportamento", diz. "Nosso mercado se baseia no capital intelectual", reforça Pedro Cruz.

É em meio a esse contexto global que deve ser entendida a nova fronteira da criatividade, na avaliação de PJ Pereira. Isso quer as campanhas globais dão o tom, criadas por profissionais de diversas partes do mundo. "As campanhas são feitas com equipes globais. Temos de entrar nesse jogo de igual para igual".

No que se refere à criatividade, João Daniel Tikhomirof, afirma: "O comercial de 30 segundos vai continuar. O que mudou hoje é que o consumidor não é mais tão passivo". Adilson Xavier reforça: "O importante é a idéia, não as plataformas em que estão inseridas". "Hoje ganha quem combinar melhor as linguagens", completa Maurício Magalhães.

Fonte: Gazeta Mercantil

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