Na 20ª Bienal do Livro de São Paulo, que termina no próximo domingo, as editoras ainda se mostram tímidas para oferecer obras em formato digital -tanto em texto quanto em áudio.
As poucas empresas que começaram a pisar neste terreno são, em sua maioria, especializadas em assuntos técnicos e estão oferecendo somente cerca de dez obras.
Daniel Pinski, diretor comercial da editora Contexto, avalia que "a maior aceitação se dá aos livros técnicos e universitários". "Eles têm vantagens em relação ao impresso, como o peso e, eventualmente, o custo, porque você não tem o papel, nem a gráfica. Além disso, eles oferecem recurso de busca, que facilita a leitura nesses casos".
Em geral, livros desse tipo custam muito menos que um livro normal -na Bienal, estão sendo oferecido por entre R$ 10 e R$ 20.
A Lex Editora, com obras especializadas em legislação, tem dez obras digitalizadas e oferece uma assinatura anual para acesso livre a esse conteúdo. O custo varia entre R$ 430 e R$ 2.000 e é possível ler os livros pelo celular ou por PDA, segundo a empresa.
Marketing e administração são outros temas contemplados pelas editoras: a Editora FGV lançou, pela primeira vez, livros sobre administração em formato digital. São somente dez títulos, que podem ser baixados direto no site por R$ 10.
A Editora Cengage Learning começou com apenas um, o "Mobile Marketing", que custa R$ 19,90 -o valor de um livro impresso sobre o mesmo assunto é da ordem de R$ 80.
Pinsk, entretanto, não acredita que os livros de ficção, auto-ajuda e outros título ligados à "leitura por prazer" tenham tanto sucesso em formato digital. "Para a maioria das pessoas que tem o hábito de ler, a sensação tátil do papel é gostosa; muita gente gosta de sentir cheiro de livro. O computador é desconfortável para ler".
A própria editora Contexto, onde Pinski trabalha, não lançou nada em formato digital nesta Bienal e, em seu acervo, conta apenas com dez livros em formato para computador.
Além da falta de aceitação pelo público, algumas editoras não conseguem publicar suas obras por contar de dificuldades jurídicas. Por exemplo: a editora Vozes disse, em comunicado, que ainda não adotou formatos digitais por dificuldade de garantir os direitos autorais na rede.
Em vez de disponibilizar a íntegra do livro online, algumas editoras fazem parceria com o Google e disponibilizam 20% de suas obras no Google Books (ou Google Pesquisa de Livros, em português).
A editora Papirus, por exemplo, conta que já enviou 178 obras para o buscador e que, em breve, esse número chegará a 500 livros.
Fonte: UOL
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