Um novo formato de inscrições para a oitava edição do "Big Brother Brasil" pode gerar problemas à Rede Globo. A idéia de integrar Internet e TV para escolher candidatos e trancafiá-los na casa vigiada está sendo acusada de cópia de um formato já existente. A acusação é do jornalista Hermes Quintão, focado na criação de projetos de entretenimento. Ele alega que a Globo agiu de "má fé" e copiou parte de sua fórmula registrada em setembro de 2006 na Biblioteca Nacional. Essa é a primeira vez que o "BBB" adere a este processo virtual.
A produção do programa criou uma espécie de comunidade virtual para pré-selecionar possíveis candidatos. Por meio da convergência entre os meios, eles criam perfis próprios, que são avaliados por outros internautas e classificados como "sem-noção", "que delícia", "figuraça", "gente boa" ou "mala". Os que obtiverem maior audiência e popularidade na Web têm mais chances de ir para a TV, graças aos votos dos outros usuários. Os menos votados, entretanto, não são eliminados. Podem se inscrever pelo meio convencional de envio de material à produção do reality show.
Quintão vê semelhança parcial entre a novidade do "BBB" e sua idéia, batizada de "Visão Digital". Mesmo assim, o considera ainda mais "complexo e amplo" que o utilizado pela Globo. "Eles copiaram parcialmente agora, mas na próxima edição podem pegar a idéia na íntegra", acusa.
O projeto do jornalista é nacional, mas com forte apelo regional. Por meio da Internet, qualquer um de qualquer canto do Brasil que esteja conectado, pode se tornar famoso no mundo da televisão. Inicialmente são realizadas provas em diversas cidades brasileiras, devidamente documentadas por emissoras afiliadas às grandes redes comerciais. Portanto, seria necessário o apoio de um veículo de peso para conferir amplitude ao negócio. No próximo passo, a TV criaria uma comunidade virtual, nos moldes do site Orkut, para permitir que usuários criem perfis próprios para interagirem entre si. Os doze candidatos mais populares são credenciados a participar da versão televisada. Quanto mais interativo o internauta for, maior a chance de ser classificado para o reality show na TV.
Rejeição
"Tentei vender várias vezes para a Globo, mas respondiam que a política da empresa rejeita este tipo de colaboração", reclama o jornalista. Ele chegou a oferecer também para outras emissoras, além de ter tentado a chance na última edição de "O Aprendiz - O Sócio", programa que escolhe um sócio para o publicitário Roberto Justus. O suposto programa não foi patenteado por conta de ações burocráticas e altas taxas financeiras.
E-mails enviados ao Adnews comprovam a intenção de Quintão em comercializar o "Visão Digital". Inicialmente, Quintão pede por algum contato interno que o possa atendê-lo para conhecer suas criações de entretenimento. Em resposta virtual, a Globo diz que precisa de informações mais detalhadas como, por exemplo, o tipo de material que gostaria de expor. Após a descrição completa do projeto, a emissora agradece o interesse, mas alerta que sua política "não permite receber esse tipo de colaboração."
Em parte final, Quintão pede "transparência no processo" e esclarece a intenção de vender o produto ao invés de propor tipo de colaboração . Nessa linha, questiona o porquê dos requisitos de informações completas se a proposta não fora levada a diante.
O jornalista disse ter enviado, nesta segunda-feira, outro e-mail reivindicando posição da TV Globo sobre o ocorrido, mas não obteve resposta. Por enquanto Quintão não pretende apelar judicialmente contra a emissora.
A assessoria de imprensa da emissora não estava disponível para comentar a denúncia.
Veja mais detalhes no blog de Quintão e notícia do G1 na qual explica o novo processo de inscrições para o "BBB 8".
Fonte: Adnews
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