O aumento do poder aquisitivo da base da pirâmide social (as classes C, D e E) tem tornado esse público num imenso mercado potencial. No mundo são mais de 4 bilhões de pessoas nessa faixa de renda e, no Brasil, esses novos consumidores tiveram um incremento de renda superior a 150% desde o início do Plano Real, em 1994.
Nesse contexto foi cunhado o termo B24B (Business to Four Billion), que foi o tema do 15º Fórum de Debates da Associação dos Profissionais de Propaganda (APP), realizado nesta terça-feira, 30, em São Paulo. O evento contou com apresentações de André Torretta, diretor presidente da Ponte Estratégia, de Johnny Wei, diretor de regionalização & Bop da Nestlé, e de Anco Saraiva, diretor de marketing da Rede Globo.
De acordo com a apresentação de Torretta, esse novo cenário, ainda em construção, coloca diante de agências e anunciantes uma série de oportunidades e desafios a desbravar. "É um ambiente cheio de oportunidades e ninguém sabe ao certo qual é o caminho porque tudo é muito novo. O entendimento e a compreensão desses novos clientes começam a trazer novos modelos de negócios. São novas pessoas entrando no mercado de consumo e as empresa não podem deixá-las sair desse ciclo virtuoso da economia", aponta.
Mais de oito milhões de brasileiros aumentaram seu poder de consumo e deixaram as classes D e E no ano passado, segundo dados da pesquisa O Observador 2007, feita pela financeira francesa Cetelem, em parceria com o instituto de pesquisas Ipsos Public Affairs. "77% da população têm renda mensal familiar de R$ 1.194,53. São mais de 120 milhões de pessoas. É um mercado enorme", avalia Torretta.
Segundo Wei, esse público de baixa renda responde por 72% do consumo de alimentos do Brasil, movimentando cerca de US$ 43,5 bilhões. "O ponto fundamental é o entendimento do consumidor. A empresa manda executivos a campo para entender a dinâmica dessas famílias", diz, citando o programa Consumer Connection. Dessas análises surgiram novos formatos de produtos (como leite em sache e bolachas de menor gramatura, por exemplo) e novos canais de comunicação (como mídia exterior em jangada e carro de som) adequados ao público.
Já Saraiva destaca que a televisão aberta continua sendo a grande mídia dessa classe. "Em três anos de plano real a penetração da TV subiu 10%, indo de 85% para 95%", pontua. Além disso, o executivo cita dados do Ibope Target Group Index (TGI) que apontam que esse público tem ampliado seu consumo de mídia no computador em detrimento de mídias tradicionais como jornal e revista.
Fonte: MM Online
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