8 de out. de 2007

Família brasileira está mais liberal

A edição de domingo da Folha de S.Paulo trouxe pesquisa nacional do Datafolha, realizada em 211 municípios, que traça o novo perfil da família brasileira. O resultado indica uma mudança nos hábitos, valores e opiniões, de 1998 para cá, quando a Folha realizou a primeira edição do mesmo levantamento.

Entre as principais mudanças detectadas está a maior tolerância das famílias para aspectos como perda da virgindade, sexo no namoro e na casa dos pais, gravidez sem casamento e homossexualidade. Por outro lado, cresceu a rejeição à prática do aborto, o uso de drogas é condenado, e a fidelidade é mais valorizada que uma vida sexual satisfatória.

A pesquisa mostra que 49% dos brasileiros são casados. Já o número médio de pessoas por casa é de 3,8, enquanto 2,7 é a quantidade média de filhos por família. Outro dado: 35% dos brasileiros ganham até dois salários mínimos, e outros 24% ganham entre dois e três salários mínimos.

Frente à pergunta "Se você soubesse que um filho homem está namorando um homem, você consideraria um problema muito grave, mais ou menos grave, pouco grave ou não consideraria um problema?", em 1998, 77% dos entrevistados achavam que essa situação seria "muito grave". O índice caiu 20 pontos percentuais em nove anos: hoje, só 57% teriam essa percepção. Se o "problema" ocorresse com uma filha, os níveis de tolerância não se alterariam significativamente: 55% dos entrevistados não achariam "muito grave" se ela namorasse outra garota.

Os dados surpreendem bastante, uma vez que em livro recém-publicado, "A Cabeça do Brasileiro", de Alberto Carlos de Almeida (editora Record), o homossexualismo é objeto de forte rejeição. A pesquisa do autor foi feita em 2002 e mostra que 89% da população afirmava ser "totalmente contra" ou "um pouco contra" sexo entre dois homens.

Vale ressaltar que a pergunta feita na pesquisa de Alberto Almeida em vez de fazer imaginar a situação de um filho namorando outro homem, indaga diretamente se o entrevistado aprova ou rejeita "o homossexualismo masculino", em geral.

Só 3% da população consideram "moralmente aceitável" fazer um aborto, contra 87% que acham isso "moralmente errado", e 6% que afirmam não ser essa "uma questão moral".

De 1998 a 2007, subiu de 76% para 92% o índice de entrevistados que não considerariam um problema se o filho namorasse uma pessoa de outra cor. Com a filha, muda um pouco: o índice baixa para 85%.

Fonte: CCSP

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