A companhia de origem chinesa Lenovo desenvolveu, com uma união do que chama de "três fusos horários", o primeiro microcomputador exclusivamente voltado ao mercado brasileiro.
O projeto envolveu cerca de 60 engenheiros entre Pequim, Campinas (SP) e Carolina do Norte (EUA), que se debruçaram na criação do modelo nos últimos seis meses.
Segundo a companhia, esta é apenas a primeira máquina da série, com a qual a empresa pretende ampliar sua presença entre as pequenas e médias companhias no país.
A idéia, segundo Marcelo Medeiros, presidente da Lenovo Brasil, é que as pequenas e médias empresas passem a responder por 40 por cento da receita local da companhia, índice que hoje é de 20 por cento.
A Lenovo, entretanto, não divulga números locais de desempenho.
"A consultoria IDC estima que, neste ano, as pequenas e médias comprarão 3,4 milhões de microcomputadores, um mercado do qual a Lenovo tradicionalmente não participava", afirmou, em entrevista à Reuters.
Segundo ele, a subsidiária brasileira conseguiu provar à matriz chinesa que o Brasil precisava de um modelo específico às suas peculiaridades.
Por conta das vantagens fiscais dadas pelo governo brasileiro às empresas que produzem computadores localmente, os equipamentos da série E, dedicada ao Brasil, chegam às revendas com preço entre 10 e 15 por cento inferior à geração J, que é vendida aqui e em todo o mundo.
Os modelos têm preço a partir de 659 reais e podem ser financiados em até 24 meses. "O custo passa a ser de 1,05 real por dia pelo cartão BNDES em 24 meses", cita o presidente da Lenovo.
O equipamento, entretanto, ainda engloba outras peculiaridades, como conectores USB frontais, para facilitar o uso, gabinete de aço que garante resistência a quedas e danos e um menor nível de ruído.
Segundo Medeiros, as máquinas geram "25 por cento menos ruído que o modelo mais silencioso do mercado". Elas também são equipadas com alça para cadeado e têm leitor de impressões digitais.
De acordo com o executivo, a Lenovo Brasil "já pensa no próximo modelo da série E" e ainda avalia a inclusão de um notebook na família.
"Não vamos desperdiçar uma boa oportunidade de negócios, já que esse (o dos notebooks) é o mercado que mais cresce", afirmou.
Pira Olímpica
Além de produzir computadores, a partir da compra dessa divisão da IBM em 2005, a Lenovo comemora nesta sexta-feira um outro feito.
Foi dela a tecnologia usada para acender a pira olímpica na abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim.
"Fomos os vencedores em uma disputa com mais de 300 companhias", contou Medeiros.
Fonte: Reuters
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