24 de set. de 2007

Rock e TI vivem de velhas lendas

O que têm em comum o criador da Microsoft, o principal nome da Oracle, o homem forte da Dell e os Rolling Stones? É fácil de responder essa pergunta se olharmos a lista dos principais fazedores de dinheiro da revista americana Forbes. Todos eles estão liderando o ranking de riquezas mais prestigiado e comentado do mundo, cada um em sua área. Olhando para ambos, é impossível não constatar: rock e tecnologia da informação (TI) vivem atualmente de velhas lendas.

Não é uma comparação absurda e talvez esse aspecto ajude a entender muito do momento por que passa a TI atual e sua próxima evolução.

No topo da lista musical está a banda Rolling Stones, historicamente mais importante do rock ainda em atividade. O grupo faturou US$ 88 milhões no período de um ano em que a lista é feita. Já no topo do ranking tecnológico da Forbes desponta o chairman e co-fundador da Microsoft Bill Gates, faturando US$ 59 bilhões.

Os Stones chegaram a esta cifra muito por conta da turnê “A Bigger Bang”, na qual cobravam até 160 dólares por ingresso. A Microsoft também tem muito do seu faturamento atrelado à venda de produtos por um preço premium.

Decanos

A lista musical tem mais sessentões do que adolescentes. Seguem os Stones: a megastar Madona; o rapper Jay-Z; o rock cabeludo e comportado do Bon Jovi; o caricato Elton John; outro rapper; 50 Cent, a canadense estridente e melosa Celine Dion; o country Tim McGraw; o renovável, mas já decano U2; e mais um rapper Puffy Daddy. Dá pra notar que há vários artistas de rap, o que não é lá grande novidade para um ritmo que ficou consolidado ainda no final dos anos 80. As outras estrelas também vêm de cenas pra lá de velhas. Não há nada seminal relacionado à música eletrônica ou à cena de raves, que é o fenômeno mais atual da música.

A revista ressalta uma perspectiva interessante que pode explicar o fenômeno. "A música pop é dominada há muito tempo pelos jovens. Mas, quando se trata de recordes de vendas, ganham os velhos". Será que a TI sofre do mesmo sintoma? É bem provável.

Na tecnologia, povoam os nomes que já dominam a lista há anos. Além de Gates, estão o centralizador dono da Oracle Larry Ellison (4º), o criador e atarefado reencaminhador dos lucros da Dell, Michael Dell (8º). O ranking traz outros nomes já bem conhecidos na tecnologia: Paul Allen (Microsoft), Sheldon Adelson (da falecida Comdex e dono de cassinos), Steve Jobs (Apple) e John Morgridge (Cisco). Há também nomes que despontaram na bolha das pontocom, como Meg Whitman e Pierre Omidyar (e-Bay) e Jeff Bezos (Amazon.com).

De novidade somente os criadores do Google, Sergey Brin e Larry Page (5º). Eles freqüentam pela primeira vez o levantamento dos mais ricos da tecnologia.

Futuro da tecnologia


Os novatos são uma grata surpresa. Eles ainda estão na faixa dos trinta anos. Mais jovens do que eles, na grande lista dos 400 mais ricos, há somente o co-fundador e presidente de uma empresa financeira de hedge, John Arnold, mesmo assim lá no final, em 317º.

O Google nasceu em 1998. Ninguém deu bola e os queridinhos do mercado e da mídia eram os concorrentes Altavista e Inktomi. Mas, o cenário mudou quando as ações da empresa foram lançadas em Wall Street, no ano de 2004, e os dois jovens ainda não tinham completado 30 anos.

Hoje não se fala em tecnologia e, principalmente, no futuro desse ramo sem citar-se o Google. Esse parece ser a evolução desse setor – um negócio abrangente e on-line, cheio de apetrechos esquisitos que se integram em si próprio e em outros modelos, tudo de graça para os usuários finais e faturando alto com um tipo de publicidade impossível de ser modelada há alguns anos.

Parece que a TI, apesar de ostentar velhas figuras, dá mostras de que está em plena renovação. Já o rock...

Fonte: B2B Magazine

Nenhum comentário: